Abre aspas...

Conversas e citações o mais perto da realidade possivel...conforme a minha cabeça consiga reter, excertos de livros e algumas histórias

sexta-feira, dezembro 29

Prendas

Uma loja da Kodack, duas senhoras na caixa, que dão a entender serem mãe e filha. O empregado tem uma máquina fotográfica digital na mão e prepara-se para fazer o registo.

Mãe_ Diga-me _ para o empregado_ essa é mesmo a máquina mais simples que tem?
Empregado_ Sim, deste género não tenho mais simples.
Mãe_ Pois... é que é para uma rapariga de oito anos... Tá bem, levo.
Empregado_ São 89 euros por favor.


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quinta-feira, dezembro 21

Culturas

“Compro um bilhete no primeiro «minibus» para Yaoundé, a capital dos Camarões. Pergunto a que horas chegaremos, respondem-me que depende das horas a que sairmos. É uma boa resposta: o «minibus» só arranca quando estiver cheio, ainda só está a metade.
Preciso de um visto para o Níger: será que há uma embaixada em Yaoundé? Peço uma lista telefónica na bilheteira da companhia rodoviária, gera-se um problema. Não sabem o que é. Um passageiro explica-lhes que é o «anuário», um outro discorda, o que eu quero é a «agenda das direcções», um outro ainda anula os dois primeiros e declara que eu preciso do «elenco dos assinantes».
Há uma pequena discussão, por fim alguém assegura que há um «livro de telefones» em Kye-Ossi: na cabeleireira Betty, que viveu uns anos na capital. Um parente de um passageiro leva-me à cabeleireira Betty: fico a saber que em 1998 não havia representação diplomática do Níger nos Camarões. Mas continuo a não saber se hoje, oito anos depois, existe. Terei de esperar até Yaoundé, conclui filosoficamente a cabeleireira Betty.

(…)

Tenho outro problema: a comida industrial traz consigo um corolário interminável de subprodutos industriais. Latas, plásticos, vidros, cartão, papel. O que fazer com eles? Simples: depositar tudo no próximo contentor de lixo que encontrar. Mas o meu problema é esse: ninguém sabe onde se encontrará o próximo contentor. Os meus companheiros de viagem não têm este problema, porque nem sabem que ele existe. É perfeitamente natural jogar pela janela fora todo o lixo produzido. É, aliás, de bom-tom. O que faz esse branco aí com o lixo? Guarda-o? Mas é um porco, onde já se viu viajar com toda essa imundice a apodrecer dentro desse saco de plástico aos seus pés. Ainda nos pega alguma doença. Um passageiro mais compreensivo assume que eu estou apenas distraído, e com a melhor das intenções aponta-me a janela. Pega no meu saco e, depois de me mostrar que o segura com ar de nojo, joga-o por fim pela janela fora com um sorriso severo.”


Viajante da revista Unica de 4 de Nov de 2006
por Gonçalo Cadilhe

quinta-feira, dezembro 14

Eco

Uma mesa, um casal, ambos na casa dos 50 anos. A empregada aproxima-se da mesa e o homem começa o pedido:

Homem _ São dois cafés...
Mulher _ Dois ca-fés.
Homem _ Um é cheio...
Mulher _ Chei-o.
Homem _ E são os dois com adoçante.
Mulher _ Os dois com a-do-çan-te.
Homem _ E é também um travesseiro cortado ao meio, se faz favor.
Mulher _ Um tra-ve-ssei-ro cor-ta-do ao mei-o. Obrigada.

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sábado, dezembro 9

Bitaites

“TODA a gente sabe que não há duas notícias iguais. Pois não. Mas, em Portugal, Há muitas noticias parecidas. Elas são, mais ou menos, as mesmas em todas a parte. O que distingue os jornais ou as televisões é, sobretudo, a forma como tratam as noticias.
(…) Sem bitaite não há noticia. Todas as notícias são construídas com bitaites, para permitir outros bitaites sobre essas notícias. É um país em que todos discutem e quase ninguém faz; onde se treme na acção por se temer a reacção. Um país que suspeita da «politica» em todas as decisões e em todas as conversas. Um país em desconfiança permanente de si próprio. Um país em que «ser» é mais importante do que «fazer». Haverá um dia que deixará de ser assim.”


Crónica Quem TV da revista Unica de 4 de Nov de 2006
por José Alberto Carvalho

domingo, dezembro 3

Uma papelaria, três amigas. Duas discutem a melhor maneira de matar um professor enquanto a outra é atendida. Quando a terceira lhes junta as outras estão com uma dúvida:

1ª rapariga _ Eh pá ou então entregamos-lhe um envelope com a aquele pó branco…
2ª rapariga _ Ah eu sei, eu sei como é que se chama…pera…
1ª rapariga _ Oh miga _ para a que tinha sido atendida _ sabes como é que se chama aquele pó branco…
3ª rapariga _ Pó branco?!
1ª rapariga _ Sim…aquele que mata!
3ª rapariga _ Pó de arroz??

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